quarta-feira, 21 de julho de 2010

Leituras do XVII Domingo do Tempo Comum


Antes de ler, reze:
Ó Deus, nossa força e nossa esperança, tu santificas as nossas vidas com a ternura do teu Espírito.
Derrama sobre nós a tua misericórdia para que, guiados e conduzidos por ti, pratiquemos a justiça na terra e testemunhemos firmemente o teu reino.
Por Cristo nosso Senhor. Amém.

I Leitura - Gn 18,20-32
20. O Senhor ajuntou: “É imenso o clamor que se eleva de Sodoma e Gomorra, e o seu pecado é muito grande.
21. Eu vou descer para ver se as suas obras correspondem realmente ao clamor que chega até mim; se assim não for, eu o saberei.”
22. Os homens partiram, pois, na direção de Sodoma, enquanto Abraão ficou em presença do Senhor.
23. Abraão aproximou-se e disse: “Fareis o justo perecer com o ímpio?
24. Talvez haja cinqüenta justos na cidade: fá-los-eis perecer? Não perdoaríeis antes a cidade, em atenção aos cinqüenta justos que nela se poderiam encontrar?
25. Não, vós não poderíeis agir assim, matando o justo com o ímpio, e tratando o justo como ímpio! Longe de vós tal pensamento! Não exerceria o juiz de toda a terra a justiça?”
26. O Senhor disse: “Se eu encontrar em Sodoma cinqüenta justos, perdoarei a toda a cidade em atenção a eles.”
27. Abraão continuou: “Não leveis a mal, se ainda ouso falar ao meu Senhor, embora seja eu pó e cinza.
28. Se porventura faltarem cinco aos cinqüenta justos, fareis perecer toda a cidade por causa desses cincos?” “Não a destruirei, respondeu o Senhor, se nela eu encontrar quarenta e cinco justos.”
29. Abraão insistiu ainda e disse: “Talvez só haja aí quarenta.” “Não destruirei a cidade por causa desses quarenta.”
30. Abraão disse de novo: “Rogo-vos, Senhor, que não vos irriteis se eu insisto ainda! Talvez só se encontrem trinta!” “Se eu encontrar trinta, disse o Senhor, não o farei.”
31. Abraão continuou: “Desculpai, se ouso ainda falar ao Senhor: pode ser que só se encontre vinte.” “Em atenção aos vinte, não a destruirei.”
32. Abraão replicou: “Que o Senhor não se irrite se falo ainda uma última vez! Que será, se lá forem achados dez?” E Deus respondeu: “Não a destruirei por causa desses dez.”


II Leitura - Cl 2,12-14
12. Sepultados com ele no batismo, com ele também ressuscitastes por vossa fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos.
13. Mortos pelos vossos pecados e pela incircuncisão da vossa carne, chamou-vos novamente à vida em companhia com ele. É ele que nos perdoou todos os pecados,
14. cancelando o documento escrito contra nós, cujas prescrições nos condenavam. Aboliu-o definitivamente, ao encravá-lo na cruz.


Evangelho - Lc 11, 1-13
1. Um dia, num certo lugar, estava Jesus a rezar. Terminando a oração, disse-lhe um de seus discípulos: Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos.
2. Disse-lhes ele, então: Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso Reino;
3. dai-nos hoje o pão necessário ao nosso sustento;
4. perdoai-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos àqueles que nos ofenderam; e não nos deixeis cair em tentação.
5. Em seguida, ele continuou: Se alguém de vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite, e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães,
6. pois um amigo meu acaba de chegar à minha casa, de uma viagem, e não tenho nada para lhe oferecer;
7. e se ele responder lá de dentro: Não me incomodes; a porta já está fechada, meus filhos e eu estamos deitados; não posso levantar-me para te dar os pães;
8. eu vos digo: no caso de não se levantar para lhe dar os pães por ser seu amigo, certamente por causa da sua importunação se levantará e lhe dará quantos pães necessitar.
9. E eu vos digo: pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.
10. Pois todo aquele que pede, recebe; aquele que procura, acha; e ao que bater, se lhe abrirá.
11. Se um filho pedir um pão, qual o pai entre vós que lhe dará uma pedra? Se ele pedir um peixe, acaso lhe dará uma serpente?
12. Ou se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á porventura um escorpião?
13. Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celestial dará o Espírito Santo aos que lho pedirem.


Reflexão
oração de Jesus nos distingue tornando-nos definitivamente irmãos e irmãs. Ao tratar Deus como Pai nos faz todos irmãos. Além do mais é um Pai próximo que, cheio de misericórdia e compaixão, atende às necessidades de seus filhos.
O Evangelho deste Domingo nos leva a descobrir algo de muito proveitoso: que o lugar da nossa oração é o coração, e que o batismo, além do estado de graça, nos deu o estado de oração. O segredo está em despertar o coração e ele entrará em oração!
Orar é a aspiração mais profunda da alma. Os curtos momentos de experiência, são um antegozo do face a face que um dia virá: manter-se agora diante d’Ele em atitude de oblação e cultivar sempre a alegria (como ensina santa Teresinha).


N.B.: Hoje omite-se a celebração de São Tiago Maior, Apóstolo e São Cristóvão

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Leituras do XII Domingo do Tempo Comum


Antes de ler, reze:
Senhor Jesus, nós que pela vossa morte ganhamos a vida, dai-nos a graça de sempre reconhecer-Vos ao partir do Pão e dar testemunho de Vós ante os homens, para que possamios se for da vossa divina vontade louvar-vos, adorar-vos e dar-vos graça no Céu. Amém


I Leitura Zc 12, 10-11
10. Suscitarei sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém um espírito de boa vontade e de prece, e eles voltarão os seus olhos para mim. Farão lamentações sobre aquele que traspassaram, como se fosse um filho único; chorá-lo-ão amargamente como se chora um primogênito!
11. Naquele dia haverá um grande luto em Jerusalém, como o luto de Adadremon no vale de Magedo.


II Leitura Gl 3,26-29
26. Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo.
27. Todos vós que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo.
28. Já não há judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um em Cristo Jesus.
29. Ora, se sois de Cristo, então sois verdadeiramente a descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa.


Evangelho Lc 9,18-24
18. Num dia em que ele estava a orar a sós com os discípulos, perguntou-lhes: Quem dizem que eu sou?
19. Responderam-lhe: Uns dizem que és João Batista; outros, Elias; outros pensam que ressuscitou algum dos antigos profetas.
20. Perguntou-lhes, então: E vós, quem dizeis que eu sou? Pedro respondeu: O Cristo de Deus.
21. Ordenou-lhes energicamente que não o dissessem a ninguém.
22. Ele acrescentou: É necessário que o Filho do Homem padeça muitas coisas, seja rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas. É necessário que seja levado à morte e que ressuscite ao terceiro dia.
23. Em seguida, dirigiu-se a todos: Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me.
24. Porque, quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem sacrificar a sua vida por amor de mim, salvá-la-á.


Reflexão
É insuficiente declarar que Jesus é o Messias. É preciso mais. É necessário que a partir desta declaração: Jesus é o Messias, efetivamente se trabalhe na construção de um novo mundo de justiça e paz. Afinal, se Deus decidiu assumir a forma humana em Jesus Cristo, para trazer ao humano uma mensagem, essa mensagem deve ser observada com olhar diferente daquele com que costumamos observar todos os demais recados humanos.
Não se pode pechinchar com o Evangelho. O homem precisa do Evangelho tanto quanto precisa de Deus. E se pretende resolver seus problemas pondo Deus de lado, agindo como se Ele não existisse, essas postura só pode dar num resultado: a inevitabilidade do fracasso.
Pode soar estranho esta reflexão para a passagem em questão. Mas, pretender – a partir do anúncio de que Jesus é o Messias – colocar o Evangelho a serviço de sistemas políticos ou econômicos é o mesmo que comprometê-lo. Não tardará que o sistema político o manipule e que o sistema econômico o sufoque, ambos buscando maneira de impedir que o mesmo Evangelho não atrapalhe seus interesses.
Os sistemas passam. O Evangelho fica. Porque ele é dirigido à pessoa humana, com seus sonhos e suas fragilidades. Pois enquanto assistimos às alternâncias e superações dos sistemas, o ser humano permanece o mesmo, enfrentando os problemas perenes com que se defronta: a guerra e a paz, a injustiça e a justiça, o egoísmo e o amor. Que os sistemas são incapazes de resolver. E para os quais, exatamente, Jesus veio trazer o remédio.
“E vocês, quem dizem que eu sou?” (Lc 9, 20)

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Leituras do XI Domingo do Tempo Comum

Antes de ler, reze:
Senhor Jesus, Vós que quando passastes por este mundo, destes a oportunidade à pecadora arrependida, de lavar os vossos pés preparando-vos para a sepultura. Fazei com que aprendamos cada vez mais com este gesto, que devemos amar e perdoar os nossos irmãos, mesmo que eles não nos agradem ou diverjam de nossas idéias, e que possamos praticá-lo diariamente, concedei-nos esta graça, Vós que viveis e reinais com o Pai e o Espírito Santo. Amém

I leitura - II Samuel 12,7-10.13
7. Natã disse então a Davi: Tu és esse homem. Eis o que diz o Senhor Deus de Israel: ungi-te rei de Israel, salvei-te das mãos de Saul,
8. dei-te a casa do teu senhor e pus as suas mulheres nos teus braços. Entreguei-te a casa de Israel e de Judá e, se isso fosse ainda pouco, eu teria ajuntado outros favores.
9. Por que desprezaste o Senhor, fazendo o que é mau aos seus olhos? Feriste com a espada Urias, o hiteu, para fazer de sua mulher a tua esposa, e o fizeste perecer pela espada dos amonitas.
10. Por isso, jamais se afastará a espada de tua casa, porque me desprezaste, tomando a mulher de Urias, o hiteu, para fazer dela a tua esposa.
13. Davi disse a Natã: Pequei contra o Senhor. Natã respondeu-lhe: O Senhor perdoa o teu pecado; não morrerás.


II leitura - Galátas 2,16.19-21
16. sabemos, contudo, que ninguém se justifica pela prática da lei, mas somente pela fé em Jesus Cristo. Também nós cremos em Jesus Cristo, e tiramos assim a nossa justificação da fé em Cristo, e não pela prática da lei. Pois, pela prática da lei, nenhum homem será justificado.
19. Na realidade, pela fé eu morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou pregado à cruz de Cristo.
20. Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.
21. Não menosprezo a graça de Deus; mas, em verdade, se a justiça se obtém pela lei, Cristo morreu em vão.


Evangelho - Lucas 7,36 - 8,3
36. Um fariseu convidou Jesus a ir comer com ele. Jesus entrou na casa dele e pôs-se à mesa.
37. Uma mulher pecadora da cidade, quando soube que estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro cheio de perfume;
38. e, estando a seus pés, por detrás dele, começou a chorar. Pouco depois suas lágrimas banhavam os pés do Senhor e ela os enxugava com os cabelos, beijava-os e os ungia com o perfume.
39. Ao presenciar isto, o fariseu, que o tinha convidado, dizia consigo mesmo: Se este homem fosse profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que o toca, pois é pecadora.
40. Então Jesus lhe disse: Simão, tenho uma coisa a dizer-te. Fala, Mestre, disse ele.
41. Um credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários e o outro, cinqüenta.
42. Não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos a sua dívida. Qual deles o amará mais?
43. Simão respondeu: A meu ver, aquele a quem ele mais perdoou. Jesus replicou-lhe: Julgaste bem.
44. E voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não me deste água para lavar os pés; mas esta, com as suas lágrimas, regou-me os pés e enxugou-os com os seus cabelos.
45. Não me deste o ósculo; mas esta, desde que entrou, não cessou de beijar-me os pés.
46. Não me ungiste a cabeça com óleo; mas esta, com perfume, ungiu-me os pés.
47. Por isso te digo: seus numerosos pecados lhe foram perdoados, porque ela tem demonstrado muito amor. Mas ao que pouco se perdoa, pouco ama.
48. E disse a ela: Perdoados te são os pecados.
49. Os que estavam com ele à mesa começaram a dizer, então: Quem é este homem que até perdoa pecados?
50. Mas Jesus, dirigindo-se à mulher, disse-lhe: Tua fé te salvou; vai em paz.
1. Depois disso, Jesus andava pelas cidades e aldeias anunciando a boa nova do Reino de Deus.
2. Os Doze estavam com ele, como também algumas mulheres que tinham sido livradas de espíritos malignos e curadas de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios;
3. Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes; Susana e muitas outras, que o assistiram com as suas posses.


Reflexão
Na "escola" do Mestre Jesus, não bastam as leis. Ele nos quer fazer compreender a nova Lei do Amor: da não permissividade irresponsável de atos desumanizantes, porque mantém a pessoa em clichês: "que tipo de mulher é esta que lhe está tocando"; nem da insensibilidade que cega os gestos de recuperação do outro, na dureza dos julgamentos de parâmetros pessoais de pureza e santidade dos fariseus. Jesus, em suas relações nos vai ensinando que é no espaço e tempo do amor, onde a sensibilidade amadurece para perceber a verdade da máxima generosidade que refaz a história passada, de pecado, para uma história que atualiza a vida recuperada pela confiança:"os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados, porque ela demosntrou muito amor".Nossa vida cristã terá como norma o que fomos amadurecendo no Amor.

N.B.: Hoje omite-se a memória de Santo Antonio de Lisboa

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Solenidade do Sagrado Coração de Jesus

Leituras da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus

Encerramento do Ano Sacerdotal
Dia Mundial de Oração pela Santificação do Clero
Antes de ler, reze:
Deixai, ó Jesus, que em vosso Coração Eucarístico, depositemos as mais ardentes preces pelo nosso clero. Multiplicai as vocações sacerdotais em nossa pátria; atrai ao vosso altar os filhos do nosso Brasil; chamai-os como instância ao vosso ministério!

Conservai na perfeita fidelidade ao vosso serviço aqueles a quem já chamastes; afervorai-os, purificai-os , santificai-os, não permitindo que se afastem do espírito de vossa Igreja.

Não consintais, ó Jesus nós Vos suplicamos, que debaixo do céu brasileiro sejam, por mãos indignas, profanados os vossos mistérios de amor.

Com instância vos pedimos: deixai que a misericórdia de vosso Coração vença a vossa justiça divina por aqueles que se recusaram à honra da vocação sacerdotal, ou desertaram das fileiras sagradas.

Por vossa Mãe, Maria Santíssima, Rainha dos Sacerdotes, atendei, Jesus, a esta nossa insistente oração.
Ó Maria, ao vosso coração confiamos o nosso Clero: guiai-o, guardai-o, protejei-o, salvai-o!

Coração Eucarístico de Jesus, modelo de Coração Sacerdotal:
Tende Piedade de nós, santificai os Sacerdotese enviai operários para vossa messe. Amém

Nossa Senhora Rainha do Clero, rogai por nós e por todos os sacerdotes.


I leitura - Ez 34,11-16
11. Pois eis o que diz o Senhor Javé: vou tomar eu próprio o cuidado com minhas ovelhas, velarei sobre elas.
12. Como o pastor se inquieta por causa de seu rebanho, quando se acha no meio de suas ovelhas tresmalhadas, assim me inquietarei por causa do meu; eu o reconduzirei de todos os lugares por onde tinha sido disperso num dia de nuvens e de trevas.
13. Eu as recolherei dentre os povos e as reunirei de diversos países, para reconduzi-las ao seu próprio solo e fazê-las pastar nos montes de Israel, nos vales e nos lugares habitados da região.
14. Eu as apascentarei em boas pastagens, elas serão levadas a gordos campos sobre as montanhas de Israel; elas repousarão sobre as verdes relvas, terão sobre os montes de Israel abundantes pastagens.
15. Sou eu que apascentarei minhas ovelhas, sou eu que as farei repousar - oráculo do Senhor Javé.
16. A ovelha perdida eu a procurarei; a desgarrada, eu a reconduzirei; a ferida, eu a curarei; a doente, eu a restabelecerei, e velarei sobre a que estiver gorda e vigorosa. Apascentá-las-ei todas com justiça.


II leitura - Rm 5,5-11
5. E a esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
6. Com efeito, quando éramos ainda fracos, Cristo a seu tempo morreu pelos ímpios.
7. Em rigor, a gente aceitaria morrer por um justo, por um homem de bem, quiçá se consentiria em morrer.
8. Mas eis aqui uma prova brilhante de amor de Deus por nós: quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós.
9. Portanto, muito mais agora, que estamos justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
10. Se, quando éramos ainda inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, com muito mais razão, estando já reconciliados, seremos salvos por sua vida.
11. Ainda mais: nós nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por quem desde agora temos recebido a reconciliação!


Evangelho - Lc 15,3-7
3. Então lhes propôs a seguinte parábola:
4. Quem de vós que, tendo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la?
5. E depois de encontrá-la, a põe nos ombros, cheio de júbilo,
6. e, voltando para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Regozijai-vos comigo, achei a minha ovelha que se havia perdido.
7. Digo-vos que assim haverá maior júbilo no céu por um só pecador que fizer penitência do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.


Reflexão
Estar com Deus é "arriscar o coração" (Jr 30,21), "buscá-lo de todo coração" (Dt 4,29), "amá-lo de todo coração" (Dt 6,5).
mas o coração humano seguiu "a inclinação do seu mau coração" (Jr 7,24). Era preciso "um coração puro"(Sl 51,12), e um "coração novo" (Ez 18,31). Deus prometeu: "Dar-vos-ei um coração novo" (Ez 18,31). Foi em Jesus Cristo que esta promessa se cumpriu. Ele lembra: "é preciso receber a palavra num coração bem disposto" (Lc 8,15), "amar a Deus de todo coração" (Mt 22,37), "perdoar ao irmão do fundo do coração" (Mt 22,37) E é aos corações puros que Jesuspromete a visão de Deus (Mt 5,8)Ele mesmo se mostra manso e humilde de coração.
Jesus é o manso cordeiro imolado por causa de nossos pecados. "Aquele que não conheceu o pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nós nos tornássemos justiça de Deus" (II Cor 5,21) e teve seu Coração furado pela lança, de onde jorrou Sangue e Água, e de onde brotaram os Sacramentos da Igreja.
Hoje com a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a Igreja encerra o Ano Sacerdotal, proclamado pelo Santo Padre no ano passado em 19 de junho.
Rezemos cada vez mais nossos sacerdotes sejam santos.
Peçamos que eles tenham discernimento para conduzir nossas comunidades.
Peçamos também pelos sacerdotes doentes e pelos que se encontram em crise vocacional.
Peçamos por nossos Seminários, seminaristas, padres formadores e associações que promovem as vocações sacerdotais.
Que em todas as coisas seja Deus glorificado!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Leituras do 10º Domingo do Tempo Comum (06/06)


10º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Antes de ler, reze:
Senhor Jesus, Vós que ressuscitastes o filho da viúva, enviai sobre mim, o Vosso Santo Espírito, para que me libertes do egoísmo e do individualismo, que são grandes barreiras par construção de Vosso Reino Glorioso, Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos. Amém


I Leitura
I Rs 17,17-24

17. Algum tempo depois, o filho desta mulher, dona da casa, adoeceu, e seu mal era tão grave que já não respirava.
18. A mulher disse a Elias: Que há entre nós dois, homem de Deus? Vieste, pois, à minha casa para lembrar-me os meus pecados e matar o meu filho?
19. Dá-me o teu filho, respondeu-lhe Elias. Ele tomou-o dos braços de sua mãe e levou-o ao quarto de cima onde dormia e deitou-o em seu leito.
20. Em seguida, orou ao Senhor, dizendo: Senhor, meu Deus, até a uma viúva, que me hospeda, quereis afligir, matando-lhe o filho?
21. Estendeu-se em seguida sobre o menino por três vezes, invocando de novo o Senhor: Senhor, meu Deus, rogo-vos que a alma deste menino volte a ele.
22. O Senhor ouviu a oração de Elias: a alma do menino voltou a ele, e ele recuperou a vida.
23. Elias tomou o menino, desceu do quarto superior ao interior da casa e entregou-o à mãe, dizendo: Vê: teu filho vive.
24. A mulher exclamou: Agora vejo que és um homem de Deus e que a palavra de Deus está verdadeiramente em teus lábios.


II Leitura
Gl 1,11-1

11. Asseguro-vos, irmãos, que o Evangelho pregado por mim não tem nada de humano.
12. Não o recebi nem o aprendi de homem algum, mas mediante uma revelação de Jesus Cristo.
13. Certamente ouvistes falar de como outrora eu vivia no judaísmo, com que excesso perseguia a Igreja de Deus e a assolava;
14. avantajava-me no judaísmo a muitos dos meus companheiros de idade e nação, extremamente zeloso das tradições de meus pais.
15. Mas, quando aprouve àquele que me reservou desde o seio de minha mãe e me chamou pela sua graça,
16. para revelar seu Filho em minha pessoa, a fim de que eu o tornasse conhecido entre os gentios, imediatamente, sem consultar a ninguém,
17. sem ir a Jerusalém para ver os que eram apóstolos antes de mim, parti para a Arábia; de lá regressei a Damasco.


Evangelho
Lc 7,11-17

11. No dia seguinte dirigiu-se Jesus a uma cidade chamada Naim. Iam com ele diversos discípulos e muito povo.
12. Ao chegar perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto a ser sepultado, filho único de uma viúva; acompanhava-a muita gente da cidade.
13. Vendo-a o Senhor, movido de compaixão para com ela, disse-lhe: Não chores!
14. E aproximando-se, tocou no esquife, e os que o levavam pararam. Disse Jesus: Moço, eu te ordeno, levanta-te.
15. Sentou-se o que estivera morto e começou a falar, e Jesus entregou-o à sua mãe.
16. Apoderou-se de todos o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta surgiu entre nós: Deus voltou os olhos para o seu povo.
17. A notícia deste fato correu por toda a Judéia e por toda a circunvizinhança.


Reflexão


‘Um grande profeta surgiu entre nós!” A ressurreição do filho da viúva de Naim não é a cura milagrosa de uma doença. É uma vitória do amor, um triunfo da vida sobre a morte, da justiça sobre a injustiça, da inocência sobre o pecado.
A ressurreição do filho da viúva é ensinamento de que o Cristo assumiu, um dia, o meu sofrimento, todos os sofrimentos da humanidade presentes e futuros, de tal modo que um dia não haverá mais lágrimas nem luto.
Assim, a maneira como eu carrego o meu sofrimento poderá ser o sinal de que a vitória pascal do Cristo está sempre em vias de realizar-se.
A ressurreição do filho da viúva e, principalmente a Ressurreição do Cristo é o sinal de que o sofrimento e a morte eram abominações de que era preciso livrar o mundo. Ela é um convite a todos para lutarem contra toda forma de sofrimento. É o amor e não o sofrimento, que salva os homens e o mundo. É a fé que salva. Fé do cristão que sabe que sabe que só o amor é capaz de transformar o mundo, torná-lo mais justo, mais humano, e de todos se esforçam por colocar um pouco de amor no que fazem e no que vivem.
É a fé que nos salva em todos os níveis: fé no homem, fé no progresso, fé no futuro, mas, sobretudo, fé no amor esse amor que sabemos que se manifestou, um dia em Jesus Cristo, e que não acabará jamais.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Leituras da Solenidade de Corpus Christi




Rezemos:
Senhor Jesus, que instituístes na última ceia, o memorial da Vossa Paixão, dai-me a graça de pelo vosso Santíssimo Corpo e Sangue jamais separar-me de Vós
I Leitura - Gen 14,18-20
Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, mandou trazer pão e vinho, e abençoou Abrão, dizendo: “Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, que criou o céu e terra!
Bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos em tuas mãos!” E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.

II Leitura - I Cor 11,23-26
Eu recebi do Senhor o que vos transmiti: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim.
Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim.
Assim, todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que venha.

Evangelho - Lc 9,11-17
Logo que a multidão o soube, o foi seguindo; Jesus recebeu-os e falava-lhes do Reino de Deus. Restabelecia também a saúde dos doentes.
Ora, o dia começava a declinar e os Doze foram dizer-lhe: Despede as turbas, para que vão pelas aldeias e sítios da vizinhança e procurem alimento e hospedagem, porque aqui estamos num lugar deserto.
Jesus replicou-lhes: Dai-lhes vós mesmos de comer. Retrucaram eles: Não temos mais do que cinco pães e dois peixes, a menos que nós mesmos vamos e compremos mantimentos para todo este povo.
Pois eram quase cinco mil homens. Jesus disse aos discípulos: Mandai-os sentar, divididos em grupos de cinqüenta.
Assim o fizeram e todos se assentaram.
Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os e deu-os a seus discípulos, para que os servissem ao povo.
E todos comeram e ficaram fartos. Do que sobrou recolheram ainda doze cestos de pedaços.
Meditação
"A Eucaristia - o centro de nosso ser cristão - se funda no sacrifício de Jesus por nós, nasceu do sofrimento do amor que na Cruz encontrou seu cume "
S.S. Bento XVI
Ao instituir a Eucaristia durante a Ceia, Nosso Senhor perpetuou sua presença entre nós até o fim dos tempos, comprindo o que Ele mesmo dissera aos discipulos depois de sua Ressureição: "Eu estarei convosco até a consumação dos tempos".
Na segunda leitura, São Paulo nos relata, sobre a Santa Ceia, o que Ele diz ter recebido do Senhor é na verdade, o que chamamos de Tradição Oral, onde os fatos se perpetuam através de relatos dos outros seguidores do Senhor.
No Evangelho, São Lucas nos narra a passagem da multiplicação dos pães, e percebemos que o Senhor manda que os seus lhes deem eles mesmo de comer, isto quer dizer, evangelizai-os vós agora. Isso é o que Jesus diz a cada um de nós nos dias de hoje, dai-lhes vós mesmos de comer, ensinai-os, falai de Mim, do Meu Reino, onde a preferência é do excluído e do marginalizado.
mas o Senhor, percebendo que elesainda não estavam prontos para caminhar com os próprios pés, manda que aqueles que o seguiam se sentassem, então pega cinco pães e dois peixes, que em outro evangelho nos diz que foi trazido por um menino, dá graças ao Pai, mostrando o sentido de rezarmos sempre antes das refeições.
E os doze cestos que sobraram , representam as doze tribos de Israel, que na Alinaça do Sangue do Senhor são os doze apóstolos do Cordeiro Imaculado.
O significado da realeza da Solenidade de hoje é por que no Tríduo Pascal, devido a atmosfera de morte que envolve a vida do Senhor não se presta a o devido culto a Santa Eucaristia, por isso hoje os fieis saem em procissão pelas ruas manifestando a presença real de Cristo no Sanyo Sacramento do Altar.

A origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao Século XIII. A Igreja Católica sentiu necessidade de realçar a presença real do "Cristo todo" no pão consagrado. A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV com a Bula ‘Transiturus’ de 11 de agosto de 1264, para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes.

O Papa Urbano IV foi o cônego Tiago Pantaleão de Troyes, arcediago do Cabido Diocesano de Liège na Bélgica, que recebeu o segredo das visões da freira agostiniana, Juliana de Mont Cornillon, que exigiam uma festa da Eucaristia no Ano Litúrgico. Conta a história que um sacerdote chamado Pedro de Praga, de costumes irrepreensíveis, vivia angustiado por dúvidas sobre a presença de Cristo na Eucaristia. Decidiu então ir em peregrinação ao túmulo dos apóstolos Pedro e Paulo em Roma, para pedir o Dom da fé. Ao passar por Bolsena (Itália), enquanto celebrava a Santa Missa, foi novamente acometido da dúvida. Na hora da Consagração veio-lhe a resposta em forma de milagre: a Hóstia branca transformou-se em carne viva, respingando sangue, manchando o corporal, os sangüíneos e as toalhas do altar sem no entanto manchar as mãos do sacerdote, pois, a parte da Hóstia que estava entre seus dedos, conservou as características de pão ázimo. Por solicitação do Papa Urbano IV, que na época governava a igreja, os objetos milagrosos foram para Orviedo em grande procissão, sendo recebidos solenemente por sua santidade e levados para a Catedral de Santa Prisca. Esta foi a primeira procissão do Corporal Eucarístico. A 11 de agosto de 1264, o Papa lançou de Orviedo para o mundo católico através da bula Transiturus do Mundo o preceito de uma festa com extraordinária solenidade em honra do Corpo do Senhor.

A festa mundial de Corpus Christi foi decretada em 1264. O decreto de Urbano IV teve pouca repercussão, porque o Papa morreu em seguida. Mas se propagou por algumas igrejas, como na diocese de Colônia na Alemanha, onde Corpus Christi é celebrada desde antes de 1270. A procissão surgiu em Colônia e difundiu-se primeiro na Alemanha, depois na França e na Itália. Em Roma é encontrada desde 1350.

A Eucaristia é um dos sete sacramentos e foi instituído na Última Ceia, quando Jesus disse: ‘Este é o meu corpo...isto é o meu sangue... fazei isto em memória de mim’. Porque a Eucaristia foi celebrada pela primeira vez na Quinta-Feira Santa.

A procissão pelas vias públicas, quando é feita, atende a uma recomendação do Código de Direito Canônico (cân. 944) que determina ao Bispo diocesano que a providencie, onde for possível, "para testemunhar publicamente a veneração para com a santíssima Eucaristia, principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo." É recomendado que nestas datas, a não ser por causa grave e urgente, não se ausente da diocese o Bispo (cân. 395).

domingo, 23 de maio de 2010

Leituras da Solenidade da Santíssima Trindade


Antes de ler e refletir sobre os textos, reze:

Espirito Santo, Alma da Igreja, Amor do Pai e do Filho, abri meu coração e minha mente, para que eu possa meditar, entender e aplicar em minha vidas as Vossas Santas Palavras.


LEITURA I – Prov 8,22-31
Leitura do Livro dos Provérbios:
Eis o que diz a Sabedoria de Deus: «O Senhor me criou como primícias da sua atividade, antes das suas obras mais antigas.
Desde a eternidade fui formada, desde o princípio, antes das origens da terra.
Antes de existirem os abismos e de brotarem as fontes das águas, já eu tinha sido concebida.
Antes de se implantarem as montanhas e as colinas, já eu tinha nascido; ainda o Senhor não tinha feito a terra e os campos, nem os primeiros elementos do mundo.
Quando Ele consolidava os céus, eu estava presente;
Quando traçava sobre o abismo a linha do horizonte, quando condensava as nuvens nas alturas, quando fortalecia as fontes dos abismos, quando impunha ao mar os seus limites para que as águas não ultrapassassem o seu termo, quando lançava os fundamentos da terra, eu estava a seu lado como arquiteto, cheia de júbilo, dia após dia, deleitando-me continuamente na sua presença.
Deleitava-me sobre a face da terra e as minhas delícias eram estar com os filhos dos homens».

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 8
Refrão: Como sois grande em toda a terra, Senhor, nosso Deus!
Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a lua e as estrelas que lá colocastes, que é o homem para que Vos lembreis dele, o filho do homem para dele Vos ocupardes?

Fizestes dele quase um ser divino, de honra e glória o coroastes; destes-lhes poder sobre a obra das vossas mãos, tudo submetestes a seus pés:

Ovelhas e bois, todos os rebanhos, e até os animais selvagens, as aves do céu e os peixes do mar,
tudo o que se move nos oceanos.

LEITURA II – Rom 5,1-5
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos
Irmãos: Tendo sido justificados pela fé, estamos em paz com Deus, por Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual temos acesso, na fé, a esta graça em que permanecemos e nos gloriamos,
apoiados na esperança da glória de Deus.
Mais ainda, gloriamo-nos nas nossas tribulações, porque sabemos que a tribulação produz a constância, a constância a virtude sólida, a virtude sólida a esperança.
Ora a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações
pelo Espírito Santo que nos foi dado.

EVANGELHO – Jo 16,12-15
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tenho ainda muitas coisas para vos dizer,
mas não as podeis compreender agora.
Quando vier o Espírito da verdade, Ele vos guiará para a verdade plena; porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que está para vir.
Ele Me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará.
Tudo o que o Pai tem é meu. Por isso vos disse que Ele receberá do que é meu e vo-lo anunciará».

REFLEXÃO
TRINDADE, COMUNIDADE DE AMOR
Re-iniciamos o Tempo Comum, e podemos dizer que não encerrou-se o Tempo Pascal, mas que iniciamos agora o “tempo da Igreja”. Tempo do anúncio, do testemunho, da missão: tarefa essencial dos discípulos de Jesus Cristo.
Celebramos intensamente os mistérios da Paixão, Morte, Ressurreição, Ascensão e do Pentecostes, e embebidos do vigor e do ânimo advindos do Mistério Pascal do Senhor somos enviados pelo mundo inteiro para anunciar esta grande Boa - Nova: Jesus Cristo, Deus Eterno, Deus da Vida (Mt 28,19).
E neste início de itinerário de anúncio do Senhor e de seu Reino, Deus se nos manifesta de um modo particular, e nos mostra seu “jeito de ser”: COMUNIDADE, FAMÍLIA.
Não queremos adentrar no Mistério da Santíssima Trindade, porque nos faltam até mesmo expressões para tenta falar do Deus Trino. Aí, é quando recorremos à velha história de Santo Agostinho (o menino, o buraquinho na praia e o mar).
Para nós, basta centrarmo-nos na ideia de Deus como uma família bem unida, e família bem unida no Amor. Deus, dessa forma é plena e unicamente Amor, uma Comunidade Perfeita, onde Um revela a face do Outro.
Neste sentido, a Liturgia da Solenidade da Santíssima Trindade, nesse ano C, nos propõe Leituras que nos falam dessa realidade.
Na Primeira Leitura do livro dos Provérbios, a Sabedoria de Deus, o próprio “Verbo”, nos revela um Deus atemporal, presente desde tudo e por tudo: Deus eterno. Um Deus que em nada se prende a Si, mas que por fim, sente “alegria em estar com os filhos dos homens.” (Pr 8, 31)
São Paulo em sua carta aos Romanos nos diz que os justificados por Deus herdam as graças que vêem do próprio Pai. E ser justificado por Deus, é ter a oportunidade de fazer parte do número de seus eleitos, de ter sobre si a garça e a misericórdia do Altíssimo: acesso à Salvação. De nossa parte, cabe a adesão total e incondicional à obra do Deus – Amor: anunciar suas maravilhas, sua Bondade, seu Reino de justiça e libertação.
Todos os que se propõem a essa obra recebem de Deus o Espírito fortificador que impulsiona e dá força para o anúncio. Não importam as tribulações. Inclusive essas, são meio de perseverança e esperança na proclamação da Boa-Nova. Aí, “a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5).
Por fim, João é enfático ao acentuar que o Espírito é aquele que nos traz a “luz da verdade”, Ele é o “Espírito da Verdade” (Jo 16, 13). E é Verdade porque é Deus, e sendo Deus não está centrado em si mesmo, “não fala de si mesmo”, mas mostra o Pai e o Filho Glorificado. E o Pai e o Filho são comunhão, não há nada entre Eles: tudo o que é do Pai é do Filho, e vice e versa. Essa comunhão atesta a unidade entre o plano salvador do Pai, proposto nas palavras de Jesus e tornado realidade na vida da Igreja, por ação do Espírito.
Esta Solenidade, lançando-nos e interpelando-nos para o anúncio e para a própria busca dessa unidade expressa pelo Deus – Trino, nos mostra a manifestação do Espírito de amor a cada um de nós, para que, amando-nos como o próprio Cristo nos amou, entremos em intimidade com a divina Comunidade de Amor